
Ana Dias Batista
Em trabalhos recentes, a artista se interessa por objetos associados ao repertório da primeira modernidade. Embora próximos à obsolescência, são objetos presentes na imaginação contemporânea que, apropriados pela artista e inseridos em arranjos ao mesmo tempo engenhosos e melancólicos, evocam as promessas contraditórias do progresso.
Em "Borrão", um par de óculos tem as hastes multiplicadas, desdobrando-se da parede ao chão. O assunto do "Borrão" não é tanto a visão, mas as representações da experiência (temporal) da visão. As simulações de movimento constituídas da sucessão de imagens estáticas, ou as captações fotográficas de baixa velocidade e longa exposição.