ANA PRATA, BRUNO DUNLEY, MARCOS BRIAS

O propósito desta exposição é destacar o trabalho de três novos artistas, reunidos mais pelo interesse nas diferenças entre eles do que pela semelhança de material e suporte, no caso óleo sobre tela.

Bruno Dunley e Marcos Brias estrearam recentemente na exposição do grupo “2000 e Oito” e Ana Prata é praticamente inédita. As diferenças entre os três trabalhos formam um triângulo equilátero.

As pinturas de Ana Prata são figurativas no sentido mais fundamental do termo, e utiliza frequentemente fotografias como modelo. Sua fatura é aparente, mas não muito. Fazem pensar que tudo ali foi escolhido,desde a imagem até cada pincelada. 

Marcos Brias faz uma pintura evoluída, em que elementos abstratos básicos e silhuetas de figuras como corvos são aplicados no fundo branco como marcas que revelam apenas a decisão de fazê-las. Espaço expansivo e cultura democrática.

Bruno tem a pintura menos dominada, mas sua permanência numa zona desarticulada, pré-socrática ou pré-histórica, parece indicar um desejo por "pintar a primeira pintura do mundo, mas sem esquecer todas as pinturas que já vi…”

Esse ideal de Phillip Guston vale para os três, aliás. E os três também incorporam certa noção de arte como satisfação de desejo estético,livre de anseios por pertinência cultural. E, longe de serem exemplos de alguma tendência, são representantes únicos de poéticas singulares.

Um conjunto de cerca de doze pinturas (quatro de cada artista) ocupará a sala 2 da Galeria Marília Razuk.

POR RODRIGO ANDRADE