KIERKEGAARDS WALK: CURADORIA JACOPO CRIVELLI
Horário de Funcionamento:
de segunda a sexta, das 10h30 às 19h e sábado das 11h às 16h
CURADORIA JACOPO CRIVELLI VISCONTI
A Galeria Marilia Razuk inaugura no dia 16 de setembro, às 19 horas, seu novo espaço expositivo, um galpão localizado a menos de 100 m metros de sua sede, no bairro paulistano do Itaim Bibi. A mostra inaugural do espaço é a coletiva internacional Kierkegaards Walk (‘O Passeio de Kierkegaard’), que tem curadoria de Jacopo Crivelli Visconti. Nessa mesma data, é aberta no espaço tradicional da galeria a individual de José Bechara com 3 esculturas gráficas inéditas do artista carioca.
Seguindo uma tendência do mercado internacional de arte de abrir espaços expositivos mais generosos para acomodar uma produção artística de volumes cada dia maiores, a Galeria Marilia Razuk abre seu anexo na semana de abertura da Bienal, exibindo uma mostra que conjuga artistas brasileiros e internacionais em torno de uma proposta curatorial que convida o visitante a imaginar-se num espaço familiar: Kierkegaarsd Walk.
Para tanto, Jacopo Crivelli Visconti tomou como ponto de partida as memórias atribuídas ao filósofo existencialista dinamarquês Søren Kierkegaard (1813-1855), cuja infância foi marcada pela austeridade paterna e a reclusão em sua casa na Copenhague do século XIX, reunindo obras de 17 artistas: Cabelo, Gustavo Resende, Caetano Dias, Joaquin Cociña, Nilles Attalah e Cristobal León (Chile), Marlon de Azambuja, Débora Bolsoni, Felipe Cohen, Ilya e Emilia Kabakov (Ucrânia), Jac Leirner, José Bechara, Jose Dávila (México), Lisa Tan (EUA), Oscar Santillán (Equador).
Em texto de apresentação da mostra, o curador explica: ‘Para amenizar a reclusão, o pai punha-se a andar com Søren pelo quarto, contando histórias mirabolantes sobre o mundo, isto é, inventando para o filho o mundo que ele não permitia que seu filho vivesse em primeira pessoa. À austeridade que certamente marcava o quarto da criança (...), opunha-se a invenção desenfreada, a criação de um universo extremamente pessoal, livre, fantástico e eminentemente artístico’.
A montagem da exposição remete oportunamente ao passeio imaginário do jovem filósofo, porém ao invés de fabular mundos, o visitante da coletiva observa um conjunto bastante coeso de obras que integram um ambiente doméstico, marcado pelo anonimato, a solidão, a precariedade e a efemeridade, pontua o curador.
Para Jacopo, ‘os objetos, os vídeos e as esculturas reunidos apontam para as potencialidades do cotidiano, desvendam o mistério escondido nos objetos e nas situações mais banais, aquelas que, de tanto ver, quase não vemos mais. Beber um copo de mármore, compartilhar dos sonhos de um enxame de moscas, estranhar a presença de um passarinho a mais na jaula do samurai, descobrir meta esquemas pelas ruas da cidade, captar o movimento do relógio que parece parado: aqui tudo isso é possível, ou até inevitável, porque, ao olharmos esses objetos, só vemos o que eles desejam ser, o que eles querem dizer’.