RODRIGO ANDRADE: PINTURA PARA PEIXES E OUTRAS PINTURAS

18 Março - 28 Abril 2008
Apresentação

Horário de Funcionamento:

de segunda a sexta,das 10h30 às 19h e sábado das 11h às 16h

'Uma das coisas mais gratificantes para quem observa o caminho de um artista é assistir à transmutação do que, já sendo excelente arte, passa a um nível mais alto de invenção', escreve o crítico Alberto Tassinari em texto do livro Rodrigo Andrade (Cosac Naify, 224 págs., R$ 80),que será lançado hoje na Marilia Razuk Galeria de Arte durante a inauguração da exposição Pintura para Peixes e Outras Pinturas, com obras do pintor paulistano. Dentro do contexto de sua trajetória artística, iniciada nos anos 80, até chegar à nova exposição, a mais nova invenção de Andrade é criar pinturas imersas em água: ele exibe aquários nos quais foram aplicados espessos blocos de tinta a óleo geométricos (monocromáticos e distintos) característicos de suas telas. A pintura, dessa maneira, convive pacificamente com pequenos peixes vermelhos alaranjados. 

 

Os aquários são, na verdade, mais uma das experiências do artista a partir de suas pesquisas geométricas feitas com massas espessas de tinta, iniciadas no final da década de 1990, quando, sobre as paredes do bar Lanches Alvorada, ele pintava blocos para que a pintura convivesse com os freqüentadores diários de um local descontraído. De alguma maneira, essa intervenção na lanchonete tem relação com a que atualmente é feita nos aquários: dela surge uma controversa questão - se a pintura pode ou não passar indiferente aos olhos das pessoas que estão imersas naquele tipo de ambiente.

 

Além dos aquários, Rodrigo Andrade também exibe na galeria um conjunto de telas criadas recentemente e o filme Uma Noite no Escritório, realizado no ano passado em parceria com Wagner Morales. Curioso que no enredo do filme, a pintura do artista aparece como um elemento que remete à alucinação e descontrole psíquico do personagem principal da história - mais uma vez uma tentativa de Andrade de levar a pintura para outro campo, no caso, 'atuando' numa trama ficcional. 

 

Nascido em 1962, o pintor foi integrante da Casa 7 nos anos80; criou no campo da influência do neo-expressionismo; passou por por entre afiguração e a abstração; se desgarrou de amarras; simplificou as formas de sua pintura até chegar a um vocabulário muito pessoal. A edição do livro, com textos de Tassinari e de Taísa Palhares, ainda terá um segundo lançamento a ser realizado no dia 2 na Livraria Cultura de São Paulo; e, depois, no dia 4, na Livraria Travessa no Rio, juntamente com as edições Célia Euvaldo e o Manual daCiência Popular de Waltercio Caldas.

 

CAMILA MOLINA - PARA O ESTADO DE S. PAULO - 2008

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