FABRICIO LOPEZ: SELVA
FABRICIO LOPEZ
Selva
TEXTO
José Augusto Ribeiro
ABERTURA
Sábado, 06 de Agosto de 2022
PERÍODO EXPOSITIVO
06 de Agosto - 14 de Setembro de 2022
HORÁRIO DE VISITAÇÃO
Seg- sex, 10h30-19h / Sáb, 11h às 16h
Tel: +55 11 3079-0853
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A partir de 6 de agosto, a Galeria Marília Razuk apresenta Selva, exposição individual de Fabrício Lopez. A mostra conta com texto assinado por José Augusto Ribeiro e traz ao público xilogravuras de grande dimensão e serigrafias produzidas ao longo do período de isolamento social imposto pela pandemia.
O caderno de um artista é, por vezes, seu ateliê portátil. É uma espécie de incubadora para as grandes ideias. Os trabalhos com carvão sobre madeira e as serigrafias de grandes dimensões criadas por Fabrício Lopez e exibidas em Selva, nasceram a partir dos desenhos criados durante o período de isolamento imposto pela pandemia. São imagens oníricas e também de observações do cotidiano onde, em comum, a coloração preta predomina - tal qual um luto.
A Selva de Fabrício Lopez traz um cenário de urgências em obras que expressam a intensidade dos elementos, das linhas, das figuras e das sugestões de figuras. Não ao caso, entre as principais características de sua obra está a distensão dos limites da gravura.
Segundo José Augusto Ribeiro, diretor artístico da galeria e autor do texto que acompanha a mostra, “são inquietações que se apresentam de saída na escala dos trabalhos, denotativa da vocação pública e da vontade de abrangência dessa produção. E não que este sejam trabalhos necessariamente grandes no tamanho, tampouco estão entre os maiores já realizados pelo artista. Mas tratam-se de obras vultosas, pelas proporções em que se dão as relações entre imagem, suporte e arquitetura”, afirma.
O trabalho de Fabrício costuma ser referenciado pela ampliação à escala mural das impressões de xilogravura; por retrabalhar e apresentar matrizes de grande formato como suporte final do trabalho; ou ainda por incorporar, nessas experiências, também os materiais, as ferramentas, os processos e os repertórios de outras linguagens das artes visuais – do desenho, da pintura, da colagem, do relevo, da fotografia, da instalação – e de outras manifestações – do cinema, dos quadrinhos, da literatura.
Por meio de uma dessas experiências, o artista chegou à serie de relevos que dá título à mostra, Selva. “Nessas obras, Fabrício apresenta pela primeira vez um trabalho com pintura e entalhe sobre chapas de madeira (em tamanho padronizado pelo comércio) que não foram utilizadas antes como matriz – e que foram, portanto, atacadas de saída para ser como se apresentam agora”, diz Ribeiro. “ A ‘selva’, aqui, é uma vastidão cerrada de planos diversos, com operações que se iniciam em marcações feitas com carvão, seguidas pelo nanquim aguado distribuído com rolinho e pincel e, depois ainda, pelos cortes no suporte feitos com a goiva. No resultado, surgem os contrastes: entre pretos com densidade diferentes, do carvão e das tintas mais e menos liquefeitas; entre os pretos todos e a crueza da madeira; entre o que ali vem do desenho, o que vem da pintura e o que vem do entalhe, ao mesmo tempo imbrincados e em negociações constantes”, finaliza o curador.