FLÁVIA BERTINATO: BANDIDA

A partir de 21 de Março, o espaço anexo da galeria Marilia Razuk apresenta a instalação inédita de Flávia Bertinato, “Bandida”. Especialmente criada para esse espaço expositivo, ela se traduz por um desdobramento de questões intrínsecas à experiência urbana, à relação entre as pessoas, ao anonimato e à identidade. Além de uma reflexão sobre o deslocamento urbano, a circulação de mercadorias e os produtos de consumo, temas esses recorrentes à poética da artista.  

 

Aproveitando os eventos da FeiraInternacional SP Arte, a obra marca a primeira exposição individual da artista na galeria, e poderá ser observada 24 horas por dia, a partir da janela que dá vistas à Avenida Nove de Julho, no Itaim Bibi, no período em que estiver exposta, reforçando a referência às questões da identidade e produtos de consumo.

 

A instalação “Bandida” refere-se a um momento de tensão, a uma ação. Trata-se de uma carroceria que esparrama sua carga no chão do espaço expositivo. O visitante, que tem acesso pela única entrada do espaço, é instigado a percorrer a área externa da galeria parades vendar o conteúdo derramado: um monte dourado, constituído por glitter da cor de ouro, em meio a centenas de lanternas manualmente revestidas de folhas de madeira, que fornecem a iluminação da instalação.

 

A obra, assim, evidencia a própria construção material, que recorre a elementos artificiais de brilho fácil, como o glitter que imita o brilho do pó de ouro, e que não dispensa a brutalidade da carroceria.  A escolha do título da instalação, “Bandida”, personifica essa construção de identidade como mercadoria, ao fazer alusão à história, verídica, do Bandido da Luz Vermelha, criminoso brasileiro que agiu em São Paulo na década de 60, que adotou estilo próprio de cometer os crimes, alimentando um mito.