VANDERLEI LOPES: 7 QUEDAS
Abertura:
4 de junho, sábado, das 11h às 17h
Horário de funcionamento:
segunda a sexta-feira, das 10h30 às 19h /
sábado das 11h às 16h.
Em sua primeira individual na galeria Marília Razuk, o artista Vanderlei Lopes apresentará "7 Quedas", exposição constituída por sete trabalhos. O artista ocupará todo o espaço físico da galeria com obras inéditas. Além de um vídeo, trabalhos realizados com bronze, água, ouro, chumbo e terracota – materiais caros à tradição da escultura –, revelam uma retomada de suas reflexões acerca dessa linguagem.
O título “7 Quedas”, por um lado, se refere a gravidade, ao peso ou a suspensão em jogo nessas obras, e, por outro, aludem ao sentido cristão, das quedas na via crucis, presente na arte ocidental, desde o pré-renascimento. “Todos os trabalhos são dispostos horizontalmente no chão, e, solicitam do visitante, um olhar vertical, para cima ou para baixo. Esse cruzamento, reverbera-se em quase em todos os trabalhos, pela presença, ainda que de modo virtual, do símbolo arcaico da cruz. Desse modo, produzem visibilidade e questionam a própria situação composicional, da aparição dos trabalhos no espaço expositivo”, comenta o artista.
Essa exposição se constitui em uma espécie de desdobramento de seus desenhos anteriores, realizados por linhas que se bifurcam na construção de rizomas ou cachoeiras, utilizando pólvora queimada sobre papel, e onde tais resíduos se acumulam no interior da moldura. Para o artista, “O interesse pelas linhas que se bifurcam, que se expandem ou retraem, reverberam o sentido de transformação, de transitoriedade, recorrente eu meu trabalho. Isso me levou a pensar sobre a arquitetura gótica, sobretudo nas catedrais desse período, que apesar deconstruídas por pedras absurdamente pesadas, se materializavam na construção do diáfano, do ascensional, da busca de Deus. Dentro ou fora delas, o olho não se fixa numa parede, ele é arremessado para cima devido ao jogo das linhas das colunas que se bifurcam, até se desfazerem em colunas absolutamente finas. Tal arquitetura apropriada, interessa ao meu trabalho pelo sentido de construção coletiva, em detrimento da construção de um único indivíduo, e por terem atravessado até 3 ou 4 séculos, passando por várias gerações, para serem finalizadas.”
Em “7 Quedas”, o sentido de transitoriedade e aparição que os trabalhos de Vanderlei Lopes operam, se torna “mais real” em detrimento do caráter de representação de seus trabalhos anteriores. O artista articula símbolos apropriados da história da arte, ou da realidade, os inverte e além do emprego do bronze polido, preenche-os com água, fazendo com que produzam espelhamentos e reverberações recíprocos dentro do espaço da galeria. Propõe assim, uma inflexão na própria relação do público com o espaço e o tempo, na compreensão de sua realidade, de sua metafísica e espiritualidade.
Vanderlei Lopes
Vive e trabalha em São Paulo.
Graduou-se em Artes Plásticas pela UNESP/Universidade Estadual de São Paulo, em 2000. Participou de grupo de estudos com orientação de Paulo Monteiro. Encontros com Carmela Gross, Nuno Ramos, Sônia Salzstein, Carlos Fajardo.
Sua pesquisa plástica partiu da escultura e do desenho, sempre buscando trabalhar limites entre matérias, suportes, meios e conceitos. Após experimentar performance, fotografia e vídeo, o desenho e a escultura retornam ao seu trabalho, e revelam um sentido ampliado que, agora, trazem incorporados a si idéias e questões de novos meios de expressão artísticos.
Dentre as suas exposições no Brasil destacam-se Realidades – Desenho Contemporâneo Brasileiro, SESC-SP, 2011, curadoria de Nazareno; Nova ArteNova, CCBB-RJ, 2008, com curadoria de Paulo Venâncio; Novas Aquisições – Coleção Gilberto Chateaubriand no MAM, RJ; e suas individuais no Centro de Arte Mariantonia, SP, em 2004, e no Centro Cultural São Paulo, em 2003, onde obtevePrêmio Aquisição. Em 2009 participou da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, com curadoria de Leonora de Barros. No exterior, em destaque suas participações no Loop VideoArt Barcelona, com curadoria de Wagner Morales, no Centre Civic Pati Limona, Barcelona, 2009; no Les Cartes blanches du Silo à L’EMBSA, na Beaux- Arts de Paris, e sua individual “Maus Hábitos”, Porto, Portugal, em 2007.