RODRIGO BUENO: A FERRO E FOGO (DESDOBRAMENTOS)
Abertura para convidados:
19 de março, sábado, às 11h.
Horário de funcionamento:
Segunda a sexta-feira, das 10h30 às 19h
Sábado, das 12h às 17h.
A Galeria Marília Razuk apresenta a nova instalação de Rodrigo Bueno: A ferro e fogo (Desdobramentos) é composta por grades de ferro de dimensões variadas acrescidas de elementos naturais como raízes, plantas e madeiras. O trabalho é um desdobramento da série Rebentos - apresentada pela primeira vez no Museu da Casa Brasileira, em 2014 – pensado para a Sala 2 da galeria, espaço menor e mais versátil usado para projetos especiais.
O título da exposição faz referência à forma como o artista trabalha sua matéria-prima, cortando e soldando o material usado que recolhe em ferros velhos, tanto como também propõem possibilidades frente a radicalidade inserida nessa expressão, uma instauração simbólica fundada na dança entre a arte e o design. Isso significa que as grades, originalmente empregadas como instrumentos de proteção e demarcação de território, têm a sua função primeira subvertida. “Minha obra fala da memória urbana através de resíduos arqueológicos da própria cidade. Estou recontando uma história de outra maneira, inserindo uma reflexão sobre sua origem e a transmaterialidade do mito.”, afirma Bueno. Os elementos naturais característicos de seu trabalho trazem o fora para dentro da galeria, em um contexto onde as grades se expandem além de sua forma original, se desdobram, como se a natureza tivesse mais força do que a arquitetura na qual está contida.
O artista escreveu um poema para a exposição:
Desdobramento
A ferro e fogo
De dentro pra fora
O eixo roda e a sala se desdobra
Interior interroga
Mais espaço revoga
Peça forjada de realidade usada
Matéria nobre de autoridade alterada
Proteção ornamento - forma de isolamento
Ogum, Vulcano, Hefesto do Todo fragmento
Liberta é rebento
Rompe Mato crava fato
Desígnio indomável
Saúda o tempo em novo contato
Equilíbrio desafiado
Entremeio renovado, é pau, pedra
Planta transcendência - desobediência
Nuance destitui o ode ao ferro e fogo
Entre planos, canção de improviso
Físico ritmo ambíguo
É dentro é fora, pleno e vazio
Limite ferido expande intrínseco valor e juízo
Paralelamente à mostra individual na galeria, o artista abre, dia 20 de março, no SESC Vila Mariana, a coletiva Provocar Urbanos, com a instalação Barravento – A violência que antecede a transformação, na qual é notável o diálogo com a mostra individual A ferro e fogo (desdobramentos). A obra consiste em um conjunto escultórico feito de grades usadas que simulam uma ventania entre elementos naturais, como plantas e madeiras na laje do Atrium, entre as duas torres do SESC.
Sobre o artista:
Natural de Campinas, nascido em 1967, Rodrigo Bueno está a frente do Ateliê Mata Adentro, um galpão no bairro paulistano da Lapa onde articulam-se diversos processos criativos que recuperam resíduos da cidade e os transformam em ambientes, encontros, pinturas e jardins que falam da continuidade da vida.